sábado, 16 de maio de 2009

Záchia comunica jovens do PMDB da Capital que partido deixa governo Yeda até o final do ano

O presidente do PMDB de Porto Alegre, deputado Fernando Záchia, afirmou que o partido vai deixar a base do governo Yeda Crusius até o final deste ano. De acordo com o deputado, a data para o desembarque da base governista será anunciada no próximo dia 23, durante Congresso Estadual do PMDB gaúcho, que acontece no auditório Dante Barone, da Assembléia Legislativa. A previsão foi comunicada pelo dirigente a cerca de 100 militantes da JPMDB da Capital que estavam presentes no II Encontro Municipal do segmento realizado hoje, na sede da Afocefe Sindicato, localizado no 21° andar do número 1.234 da Rua da Praia, no Centro.

II Encontro Municipal da JPMDB Porto Alegre

O II Encontro Municipal da Juventude do PMDB de Porto Alegre debateu o futuro do PMDB, o cenário político atual e o projeto de Reforma Política nacional, em tramitação no Congresso. O evento contou com a presença de dois ícones consagrados do PMDB gaúcho: Germano Rigotto, ex-governador do Rio Grande do Sul; e José Fogaça, prefeito reeleito de Porto Alegre. Também compuseram a mesa proponente das discussões o presidente da JPMDB/POA, Pablo Melo; o diretor do Departamento de Esgotos Pluviais do município (DEP), Ernesto Teixeira; o secretário do meio-ambiente municipal, Professor Garcia; o líder do governo na Câmara, vereador Valter Nagelstein; o secretário municipal de gestão e acompanhamento estratégico da Capital, Clóvis Magalhães; o presidente da Câmara de Vereadores de Porto Alegre, Sebastião Melo, além do vereador João Pancinha e do já citado presidente do PMDB de Porto Alegre, deputado Fernando Záchia.

Confira abaixo as principais manifestações do encontro.

Pablo Melo:
Anfitrião do encontro, Pablo Melo abriu o evento destacando os avanços obtidos ao longo dos 20 meses de gestão do Movimento Avançar a frente da juventude peemedebista de Porto Alegre. De acordo com o presidente da JPMDB/POA, a pacificação de brigas internas, o lançamento de 7 candidaturas jovens a vereador – que juntas conquistaram expressivos 10 mil votos para a legenda – a conquista do Diretório Central dos Estudantes (DCE) do IPA e a eleição do primeiro Prefeito peemedebista em Porto Alegre são avanços que figuram entre as conquistas mais significativas do movimento por ele encabeçado. Modesto, antes de passar a palavra para o prefeito José Fogaça, Pablo Melo dividiu os méritos obtidos na sua gestão com as gestões anteriores: “Este é o resultado de um trabalho que foi iniciado lá atrás, pelas primeiras administrações da JPMDB/POA, que foi sendo aprimorado subsequentemente por cada presidente”, advertiu.

José Fogaça –“Tudo o que sou, o que faço e o que tenho hoje, aos 62 anos, devo a minha juventude. Esta é a fase da plantação. Continuem a luta porque tudo o que vocês plantarem agora vai se refletir na vida adulta”, disse o prefeito, logo no início de sua manifestação, com o objetivo de estimular os jovens presentes a perseguirem dias melhores, um mundo melhor, mesmo diante de situações adversas.

Fogaça disse concordar que notícias que a todo momento dão conta de que o PMDB negocia apoio em troca de cargos maculam a imagem do partido e atrapalham a atuação de seus militantes. Porém, lembrou que a transformação do atual paradigma é algo que está ao alcance dos jovens: “Na minha época, reuniões como esta de hoje, aqui, não eram permitidas. Cansei de ver colegas meus serem carregados pela ditadura e nunca mais aparecerem. Não estou dizendo que é uma tarefa fácil a de vocês. Mas nunca dantes foi tão fácil. Aproveitem a liberdade proporcionada pela luta da minha geração e promovam as mudanças tão necessárias para o PMDB e para o país”, completou.

Fogaça encerrou sua manifestação destacando que pretende fazer do PMDB o partido mais forte de Porto Alegre até o final de seu mandato. Disse, ainda, que conta com parceria da ‘sempre aguerrida militância da JPMDB Municipal nesse processo.

Germano Rigotto –
Palestrante do encontro, Germano Rigotto iniciou sua manifestação analisando a atual situação do PMDB. De acordo com o ex-governador, o PMDB precisa rever sua trajetória e reinventar seus rumos. Ele explicou que a legenda precisa criar um projeto próprio de governo para acabar de vez com a mácula clientelista imposta à sigla pela cúpula nacional: “Ou o partido se oxigena e encontra um novo rumo, ou ele envelhece e não avança mais. Se não fizermos nada para mudar a atual realidade, vamos pagar um preço muito caro num futuro não muito distante”, previu.

Segundo Rigotto, o PMDB não pode continuar como coadjuvante nas eleições presidenciais sendo o partido detentor da maior representatividade política do país. Ele acredita que o ciclo vicioso tem que ser interrompido o quanto antes, e apontou os nomes de Sérgio Cabral e Nelson Jobim como os mais bem preparados para acabar com a polarização nacional entre PT e PSDB.

Governo Estadual
No encontro, Germano Rigotto teceu críticas ao atual governo estadual, ‘que nunca reconheceu o trabalho feito em seu governo’. O ex-governador também deixou transparecer um sentimento de mágoa para com determinadas lideranças do partido ao afirmar que ninguém nunca fez nada para defender o governo dele. “Estão enganados aqueles que pensam que as críticas ao governo Rigotto atingem somente a mim, pois eu não governei sozinho. Governei com uma equipe que levava o PMDB no coração. Por isto, entendo que a omissão de alguns é um desrespeito a história do PMDB no Rio Grande do Sul.”

Reforma Política

Sobre o projeto de Reforma Política em tramitação no Congresso, Rigotto declarou não acreditar na sua aprovação. Disse que embora veja com simpatia a proposta que prevê financiamento público das campanhas não acredita no sucesso da medida: “Considero a origem da proposta bastante salutar, mas não acredito na interrupção da busca pelo capital privado. Acho que vai gerar uma grande bagunça, com financiamento público e privado.”

Outra medida prevista no projeto de Reforma Política nacional é a implantação do voto em lista. Sobre esta proposta o ex-governador manifestou contrariedade: “Essa lista é prejudicial, pois os caciques dos partidos é que vão decidir os nomes que a vão compor.”

Por fim, Rigotto declarou que se deputado ainda fosse, iria propor o fim das reeleições e defender mandatos de cinco anos.

Sebastião Melo
O presidente da Câmara de Vereadores da Capital iniciou o seu discurso ironizando o projeto de Reforma Política: “Quero uma reforma para os políticos e não para a democracia”, disse o vereador ao criticar a proposta que reduz a plenitude do estado democrático brasileiro.

Assim como Rigotto, Melo também disse acreditar que a reforma política não sai. Sobre a proposta das listas, o vereador afirmou que elas já são uma realidade dentro dos partidos: “Elas existem e todo mundo sabe da existência delas. Só que esta é uma verdade velada”, afirmou Melo em alusão ao fato de que o dinheiro arrecado pelos partidos para as campanhas proporcionais são transferidos, em sua maioria, para os candidatos que estão no exercício do mandato, deste modo minimizando as chances de emersão à vida pública dos demais concorrentes.

O presidente da Câmara Municipal encerrou sua manifestação ao afirmar que a promoção de uma reforma política do país não tem a menor legitimidade se não vier acompanhada de outras reformas: “Falar em reforma política sem reformar o senado é brincadeira, é balela. Falar em reforma política sem antes acabar com o voto secreto no plenário da Câmara dos Deputados é conversa pra boi dormir”, declarou.

André Carús
O ex-presidente da Juventude do PMDB de Porto Alegre e vereador suplente do PMDB na cidade, André Carús, declarou que vai inscrever um movimento pela reformulação que se avizinha ao comando da Juventude do PMDB do Rio Grande do Sul. De acordo com o jovem, a inscrição vai ser realizada no Congresso Estadual do PMDB, no dia 23.
Arthur Machado
*Estudante de Jornalismo

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